Livros de fantasia são aventuras incríveis em formato de páginas. E se você for como eu, então você também entra profundamente na história e quando volta nem percebe quantas horas se passaram.
Porém, algo muda. Quando você retorna o mundo já não é o mesmo. Você olha para as coisas e para as pessoas de forma diferente, como se você mesmo já fosse uma pessoa diferente. E, assim, percebe que não é que o mundo mudou, foi você.
E como diz aquela frase incrível: uma mente uma vez expandida jamais voltará ao seu tamanho normal. Então é melhor acostumar que agora o mundo será assim mesmo para você – diferente.
E aqui vão 3 livros de fantasia que realmente me marcaram e mudaram minha forma de ver o mundo.
O hobbit
Pois é, um livro simples e infantil como o Hobbit transformando vidas, sei que pode parecer estranho. Porém a verdade é que existem tantas lições dentro de O Hobbit que é até difícil de listá-las.
Primeiramente porque neste livro existem inúmeras passagens simplesmente de uma profundidade absurda. Uma das minhas preferidas é quando o Gandalf questiona Bilbo sobre matar Gollum, dizendo que não temos o poder de decidir sobre a morte de alguém.
E em segundo lugar porque a aventura deste livro é recheada de desafios que nos mostram o poderoso valor da simplicidade e da coragem de se fazer o que é certo.
Porém, o que realmente me marcou neste livro foi: a felicidade está do outro lado do medo. É comum termos medo de nos arriscar, de perder algo ou de sair da nossa zona de conforto. E faz sentido, é nosso instinto de sobrevivência.
Mas, é quando realmente enfrentamos com coragem essas nossas travas emocionais que conseguimos avançar e viver aquilo que realmente desejamos e merecemos. A sua verdadeira felicidade está do outro lado desse monte de medo que está dentro de você.
E, uma vez que eu li o Hobbit, minha vontade imediata foi sair correndo e viver a minha aventura dos sonhos.
Percy Jackson
Mais um livro de fantasia simples e infanto-juvenil que me trouxe muitas lições quando eu o li.
Pois por mais “banal” que pareça ter os Deuses do Olimpo interferindo na vida dos Estados Unidos, existe algo muito peculiar neste livro. E este algo é: o protagonista tem TDAH. Caso você não saiba, isso é um transtorno de hiperatividade.
E isso sempre atrapalhou Percy Jackson na sua vida mundana e corriqueira. Afinal, é um transtorno realmente impactante.
Porém, ele descobre que na verdade essa sua “dislexia” é causada por ele ser um semideus. Sim, filho de um dos Deuses do Olimpo! Isso realmente mexeu comigo quando eu li.
E se o que falamos ser nossos maiores defeitos são na verdade… poderes? E se nós usássemos nossas “fraquezas” para inverter o que temos dentro de nós e ampliarmos nossa capacidade?
Foi a primeira vez que o conceito de “sua dor é seu poder” me impactou. E a partir dali eu comecei a ver o que falavam ser meu defeito como algo diferente do que era.
Minha timidez era uma percepção ampliada do mundo ao redor; eu ficar no meu canto era um exercício de observação e análise do mundo; meu desejo de ficar em silêncio me trazia uma concentração acima do normal.
E assim eu descobri que sou um semideus – brincadeira. Porém eu realmente percebi que havia alguns “poderes” escondidos dentro de mim.
O nome do vento
E agora um livro de fantasia que mexeu comigo e que já não é tão infanto-juvenil assim. Apesar de sua escrita não ter nada muito pesado, este é um livro denso – e cheio de aprendizados.
Porém, o que mais mexeu comigo foi a vida infantil do Kvothe.
Primeiramente porque eu sempre tive muita empatia com moradores de rua. Mesmo quando criança eu via pessoas morando na rua e tinha muita compaixão. Por que eles estavam ali? Onde estavam suas famílias e casa? Como eles faziam para comer e sobreviver? Dentre vários outros questionamentos.
E em O Nome do Vento, o protagonista Kvothe passa por situações muito semelhantes. Momentos que ele precisa contar com estranhos, roubar para se alimentar e fazer de tudo para ter um teto sob o qual dormir.
Assim, poder ver mais de perto a vida de uma criança de rua me tocou. O livro me transportou para dentro dessa realidade e eu nunca mais fui o mesmo pois percebi que minha empatia e compaixão eram reais.
Desde então minha tristeza em andar pelo centro de grandes cidades aumentou. Ver pessoas dormindo na rua pedindo comida e trocados para viver sempre aperta meu coração.
Não à toa, um dos protagonistas da minha saga “O Último Arcanista” é um menino de rua.
Bônus: escrever “O Último Arcanista”
Pois é, escrever um livro de fantasia também me transformou e MUITO. É até difícil começar a falar aqui e exemplificar como pois são em tantas camadas que até me perco nelas.
Mas escrever é um exercício de autoconhecimento. É você se aprofundar tanto dentro de si e conhecer tantos aspectos de si mesmo que quando você volta para o Planeta Terra até demora um tempo a você se acostumar.
E algumas das lições que aprendi no livro do Último Arcanista são uma mistura de todos os elementos acima: o medo do novo, aceitar suas dores como poderes e por fim a realidade da vida de um morador de rua.
Escrever me transformou em alguém mais maduro e que se conhece melhor. E qual o maior poder que temos se não o autoconhecimento?
Então se esses são pontos importantes para você e te deixou curioso com o livro, clica aqui para ler o primeiro capítulo na íntegra.